O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 29 de Abril de 2011

Será o ateísmo uma pura negação? Ou não será, antes, uma ânsia de purificação?

 

Traduzirá ele uma ruptura? Ou não constituirá, em vez disso, uma nostalgia, uma espécie de saudade que Andrés Torres Queiruga descreve como sendo «a presença na ausência»?

 

Surgiram, neste dia, dados atinentes a uma sondagem segundo a qual a descrença vai crescendo na Europa.

 

Só que este tipo de estudos tende a fundir elementos que importaria distinguir.

 

Como é que se avalia um comportamento ateu? Pelo afastamento da Igreja? Por um estilo de vida meramente consumista, etsi Deus non daretur? Mas não é isso também o que acontece com muitos que se dizem crentes?

 

Já agora, não seria interessante incluir, nesses estudos, uma pergunta relativamente à relação com Jesus?

 

Não escondo a minha curiosidade em comparar os resultados. A resposta à questão sobre Deus será exactamente a mesma que a resposta à questão sobre Jesus?

 

No fundo, não estaremos diante de um problema de credibilidade? Será que a forma como as igrejas falam de Deus corresponde ao modo como Jesus deixava transparecer o Pai?

 

No limite, não poderá Deus ser vítima das próprias igrejas?

 

O ateísmo leva-nos sempre muito longe. E, como advertem os melhores teólogos, ele acaba por ser um irmão gémeo da fé. Irmão talvez desavindo, mas muito próximo.

 

A interacção entre a fé e a descrença é um tópico que não podemos negligenciar.

publicado por Theosfera às 00:00

De António a 29 de Abril de 2011 às 00:48
O Ateísmo deriva, a meu ver, de várias razões, e algumas delas provêm dos bancos da catequese. Quando lá andei, não tinha nenhum receio de ir parar ao Inferno, simplesmente porque não acreditava na concepção de Deus que os catequistas evocavam.

Mas se, já em criança, não tivesse intuído que Deus é Amor, também eu e muitos outros poderíamos ter aderido ao Ateísmo.

Hoje, as incoerências mantêm-se e não existe muita vontade de revê-las e suprimi-las. Havia tanto sobre esta matéria para falar.

Hoje, por exemplo, já não aceito a " intercessão" dos santos junto de Deus para a concessão de supostos milagres, como se Deus necessitasse de intermediários, por mais santos que sejam, para intervir, se e quando assim desejasse.

Quando, por exemplo, na tragédia do Haiti ou do Japão, alguns aparecem a dizer que esta ou aquela criança foi miraculosamente salva pela Graça de Deus, nesse momento geram-se e multiplicam-se muitos mais ateus.

Aqueles que exactamente fazem esta pergunta: " então e quanto às crianças que pereceram, também não são filhas de Deus ?"

O papa Bento XVI propôs recentemente o estabelecimento do diálogo entre a Igreja Católica e os ateus. Acho muito bem, desde que o debate seja amplo e não condicionado.

Tal e qual como o Ecumenismo. Falar, num dia em Ecumenismo, e, no outro,acusar-se cristãos não católicos de " relativistas", não me parece ser o caminho para um diálogo reciprocamente respeitoso.

Qual será a importância do diálogo inter-religioso e com os ateus ?

Provavelmente ninguém alterará as posições que sustenta.

Mas, se desse diálogo franco, resultar o respeito recíproco, o ganho já será imenso...



De Theosfera a 29 de Abril de 2011 às 10:02
Muito pertinente este seus comentário, bom Amigo. As religiões são, muitas vezes, as grandes abastecedoras do ateísmo. As suas contumazes incoerências afastam.
Obrigado por tudo. Abraço amigo no Senhor.


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