Os sábios conseguem as palavras certas (até) para as atitudes erradas.
O que vou contar refere-se a um ilustre professor universitário, falecido no início de 2010.
Trata-se do Padre Manuel Barbosa da Costa Freitas e a evocação pertence a José Rosa, na revista da Sociedade Científica da Universidade Católica.
Diz o articulista que, na personalidade do mestre, coexistiam uma inteligência fulgurante e uma inocência pura. Estes são, de facto, os maiores ingredientes da sabedoria.
Sem bondade, que por vezes aparenta rasar a ingenuidade, é a própria inteligência que fica obscurecida.
Era com este espírito que o Padre Costa Freitas costumava repetir quando sentia aproximar-se o ocaso da sua peregrinação terrena: «As pessoas perdoam-nos facilmente o mal que fazemos; mas algumas nunca perdoam o bem que lhes fizemos».
Porquê? Aí é que está a dificuldade. Não há qualquer vislumbre de explicação. Nem os sábios a lobrigam. Será que tal resposta existe?
Trata-se de um facto que está na vida. Inexplicável. Mas presente. Há,pois, que contar com ele.
Há que pense que isto é uma simples boutade. Mas trata-se de uma enorme verdade. Há quem nunca perdoe o bem...