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Quarta-feira, 20 de Abril de 2011

«Laico é quem não é religioso», diz o articulista de um conhecido jornal.

 

É a definição mais vulgar. Será a mais genuína?

 

Laico vem de laos e laos significa povo.

 

Trata-se, por isso, de uma noção abrangente.

 

Laico é quem faz parte de uma comunidade. É quem assume e expressa a sua identidade e aceita a expressão da identidade dos outros.

 

A laicidade é, neste sentido, o sintoma da maturidade de um povo. É a capacidade de conjugarmos as nossas diferenças sem nelas vermos antagonismos.

 

Não são as diferenças que afastam. Para Unamuno, até reforçam a união.

 

As diferenças são uma escola. Aprender é abrirmo-nos ao que não sabemos, é integrarmos a diferença.

 

Na vida, não aderimos a tudo. Mas não podemos excluir a manifestação de nada. O único limite é a perturbação da paz e da convivência.

 

Numa correcta laicidade ninguém se sobrepõe. Todos se irmanam.

 

O sinal da laicidade não é quando alguns apontam o dedo. É quando todos dão as mãos.

 

publicado por Theosfera às 10:54

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