Um dos grandes clichés, que estes dias desmontam, assegura que dos fracos não reza a história.
Não é isso o que Jesus nos mostra. Não é isso o que, por exemplo, S. Paulo nos atesta.
A Páscoa é, antes de mais, um mistério de fragilidade. De uma fragilidade inteiramente assumida, francamente exposta e abertamente oferecida.
Quando Se apresenta pronto para sofrer a morte, Jesus não esconde que «a carne é fraca» (Mt 27, 41).
A fragilidade é reveladora, é solidária.
As pessoas revelam-se mais quando não escondem a sua fragilidade.
Tony Blair percebeu isto quando escreveu que «ser humano é ser frágil».
Jesus não fez exibições de força. A Sua maior força radicou na Sua capacidade de assumir a fraqueza.
Os fortes podem ganhar batalhas. Mas são os frágeis que obtêm a maior vitória: a do amor.
Os fortes são vistos como vencedores porque eliminam os outros, porque se sobrepõem aos outros.
Os frágeis são apontados como vencidos porque se esquecem de si, porque vivem em função dos outros.
Mas não é nesta fragilidade que reside a nossa salvação? Não é, portanto, nesta fragilidade que está a maior força?
Os fortes vão destruindo vidas. Os frágeis são os que se sacrificam para que outros tenham vida.
Obrigado, Senhor, pela Tua fragilidade. Porque recusaste o uso da força. Porque não quiseste exibir qualquer força. A não ser a do Teu imenso amor!