Todos têm direito à opinião. Mas ninguém devia dá-la sem fundamento, sem correcção e, já agora, sem um pouco de elevação e urbanidade.
Outrora, os meios eram escassos e a selecção era apertada.
Hoje, a facilidade tende a fomentar a banalidade.
É muito fácil publicitar um ponto de vista. O cuidado para a sua elaboração é que se tornou bastante mais reduzido.
Opina-se muito com base no que se ouve, no que se vê, no que se intui. Não se faz o contraditório, não se testa a veracidade, é tudo demasiado instantâneo.
Como diz Umberto Eco, o computador veio mudar o mundo e mudá-lo depressa.
Outrora, a opinião tinha como base sobretudo o que se lia.
Ora, a leitura é um processo moroso, que envolve uma maturação e pressupõe uma preparação.
No passdo, ninguém vinha à televisão ou emitia pareceres em jornais sem se documentar devidamente.
Hoje em dia, há praticamente um jornalista no encalço das mais diversas personalidades.
O éter anda cheio de palavras, descodificadas à guisa de ruído.
Estamos a progredir. Estaremos a crescer?