Nem a agressividade tenebrosa dos dias consegue apagar o brilho do olhar de uma criança.
Esse brilho não desaparece com os anos. Apenas se aloja nas profundezas mais recônditas da alma.
As chagas do quotidiano perturbam os olhos, mas não ofuscam o olhar.
À medida que o tempo passa, o olhar mais belo vai-se deslocando dos olhos para a alma.
Dostoievsky estava certo quando disse, em O Idiota, que «só a Beleza salvará o mundo». E foi soberanamente assertivo quando apresentou Jesus Cristo como o ser absolutamente belo.
O belo é uma dádiva. Pode vir como um silêncio eloquente, como uma palavra discreta, como uma brisa que nunca deixa de refrescar.