À medida que o tempo passa, cada vez nos capacitamos mais de quão temerário e leviano é o longo processo eleitoral em que nos embrulhamos.
Governo e Oposição têm de apostar mais em dialogar do que em querelar.
Todas as energias são poucas para fazer sair o país da depressão em que caiu.
Acresce que, por muito que nos doa (e vai doer cada vez mais), não parece haver grandes alternativas.
As eleições podem gerar alternância. Mas não é expectável que ofereçam alternativa.
É de fora que vêm as regras. Somos meros executivos e nem os que se apresentam como decisores podem aspirar a algo que não seja executar o que outrem, lá fora, decide.
As sondagens destapam-nos um país completamente baralhado.
Se é para tudo continuar igual (pensarão não poucos), que fiquem lá os mesmos.
Os dois principais partidos têm valores percentuais muito próximos.
Não há nenhuma vaga de fundo num ou noutro sentido.
E, afinal, a austeridade que foi chumbada em finais de Março acabará por nos ser servida lá para meados de Abril.
Agora, que o sol aquece, os ânimos permanecem cinzentos e o coração mantém-se frio. A tiritar de incerteza.