Desde o princípio, o eco da mensagem de Jesus chegou longe. As formas usadas foram as mais diversas, algumas ungidas com o selo da originalidade.
No século VI, mais ou menos quando Maomé iniciava o Islão, um pequeno grupo de monges cristãos percorreu a rota da seda desde a Pérsia até à China.
Acolhidos pelo imperador, traduziram para mandarim os textos sagrados que tinham transportado ao longo de cinco mil quilómetros.
Ao traduzir, procuraram integrar e foi assim que involucraram os ensinamentos de Jesus em princípios do pensamento oriental, de pendor budista.
Tendo mudado o ambiente, que passou a perseguir cristãos e budistas, muitos desses manuscritos (a que deram o nome de sutras, do sânscrito fio) foram escondidos numa gruta.
Foi aí que, em 1900, um monge taoísta os redescobriu. Ray Riegert e Thomas Moore compilaram parte desses ensinamentos num volume a que deram o (apelativo) título de Os Sutras perdidos de Jesus.
Aqui palpita uma harmonia que, muitas vezes, se perdeu confirmando a percepção, vertida no livro, de que «quem conhece apenas uma religião não conhece nenhuma religião».
De certa forma, o budismo capta algumas das mensagens principais de Jesus: a compaixão, a misericórdia, a bondade e o amor.
Diz Jesus nesta tradução sútrica: «Com respeito por todas as outras criaturas vivas, ajam sempre com bondade e nunca tenham pensamentos cruéis».
Um dos preceitos do Sermão da Montanha recebe uma curiosa reformulação: «Procurem o que é puro. A pureza é como um espaço vazio, produz a luz do amor cujo brilho ilumina tudo».
Jesus é mesmo o universal concreto. Ele está em tudo. Tudo acaba por estar n'Ele.
Se Ele foi tão largo de vistas, porque é que nós, muitas vezes em Seu nome, parecemos tão estreitos nos horizontes?