Ontem, quando nos deitámos, a crise era uma forte possibilidade.
Hoje, quando nos levantámos, a mesma crise parecia ser já uma iminência.
Como salientava José Gil, numa interpelante entrevista, o interesse nacional está a ser devorado pelos interesses partidários, de grupos e de pessoas.
Dizem que não há grande margem para políticas diferentes. Será que as eleições abrirão caminho a alguma solução consistente?
O que mais avulta é a incapacidade e a imaturidade da classe política para lidar com a presente situação: crise económica, crise social, crise de valores e, agora, crise política.
Desejar-se-ia uma réstia de lucidez e um vislumbre de humildade.
Mais do que novas eleições, é necessário um amplo entendimento que envolva a classe política, o mundo empresarial, os trabalhadores e as universidades.
Grande serviço prestariam os actuais líderes partidários se pedissem a um conjunto de personalidades que, nesta hora crítica, assegurassem a condução do país. Por sua vez, eles assegurar-lhes-iam apoio.
Mantenho, pois, o que aqui escrevi.
O cenário actual não é entusiasmante. Cabe-nos impedir que se torne completamente insolvente.