Naquele tempo, quando éramos crianças, recordo que o nosso sonho era termos idade, muita idade.
Motivo? Os idosos eram respeitados, admirados. Eram as referências do saber. Era-lhes reconhecida a autoridade da experiência.
Toda a gente lhes pedia conselhos. As suas recomendações eram tidas por preciosidades imperecíveis.
Ser idoso não era só estar mais perto da eternidade. Era, acima de tudo, estar mais próximo da verdade do tempo.
Quando se vê, hoje em dia, como se descartam as pessoas com idade, como as deixamos envelhecer na solidão, como nem damos conta da sua morte, não é preciso mais nada para aferirmos o estado da nossa sociedade.
Estamos em recessão.
Para quê negar as evidências?