O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2011

Não se acredita em ninguém, hoje em dia.

 

Acredita-se em tudo, hoje em dia.

 

A facilidade com que se acredita em tudo quanto é veiculado é directamente proporcional à facilidade com não se acredita em ninguém.

 

É uma contradição insanante.

 

Tornámo-nos demasiado crédulos em relação aos rumores e excessivamente cépticos em relação às pessoas.

 

Nem sequer reparamos que os boatos são veiculados por pessoas.

 

Que se passa, então?

 

Os rumores atingem pessoas. Muitas vezes, denigrem o seu carácter e fazem implodir a sua honra.

 

Ao darmos crédito ao rumor, estamos a dar crédito ao seu autor e a colaborar na desestruturação de muitas vidas.

 

Facilmente, fazemos o papel de juízes implacáveis e dizemos não acreditar em ninguém.

 

Só que, por incrível que pareça, estamos a acreditar em quem levanta os rumores.

 

Afinal, ao dizer que não acreditamos em ninguém, estamos a acreditar em alguém. Em alguém que fez com deixássemos de acreditar em alguém.

 

Tudo isto é deveras estranho e desolador.

 

É por isso que tem razão quem asseverou que os insultos dizem pouco de quem é insultado e dizem muito de quem insulta.

 

Há factos que, a serem verdadeiros, deviam ser tratados com decoro e pruridos de discreção.

 

Nota: Esta reflexão foi suscitada por algo que os meus olhos viram à hora de almoço na tv. Uma associação que acolhe crianças foi acusada por alguns dos seus funcionários. A informação pode ser dada. Com sobriedade. Bastava dizer algo do género: há uma acusação a decorrer relativamente a determinada colectividade. Parece-me que julgar é para os juízes. Não é para mais ninguém. Nem para jornalistas. Não sei onde está a verdade. Alguém terá de averiguar. Mas trazer tudo isto para a praça pública não resolve nada e pode complicar muito.

publicado por Theosfera às 15:08

De António a 18 de Fevereiro de 2011 às 22:43
Estimado Padre João António:

Peço desculpa de aproveitar esta caixa de comentários, mas gostaria muito de saber se existe algum documento idóneo que ateste que S. Mateus foi quem primeiramente escreveu o Evangelho em língua aramaica,como sustenta Eusébio de Cesareia, citando Pápias. Nunca entendi porque haveria de ser o grego o idioma usado para a redacção do Evangelho. Parece-me de facto mais plausível que tenha sido escrito inicialmente em aramaico e depois traduzido para grego.
Se, sobre esta matéria me puder elucidar, fico-lhe muito grato.Abraço amigo...

De Theosfera a 18 de Fevereiro de 2011 às 22:59
Sim, bom Amigo, o Evangelho de S. Mateus terá sido escrito, inicialmente, em aramaico. Aliás, pelo seu conteúdo (sempre a preocupação de apontar Jesus como cumprimento do Antigo Testamento), nota-se que o público-alvo era prioritariamente o o povo judeu. Apesar de o território estar ocupado por Roma, a língua prevalecente na antiguidade era o grego. Daí a preocupação de verter os textos para essa língua. Seria uma espécie de inglês dauele tempo. Aliás, Cristo é de origem grega: o seu significado é o mesmo que Messias, que vem do hebraico. O mesmo se diga da palavra Igreja que vem do grego «ekklesia». Podemos, por isso, dizer que, tal como a filosofia, também a teologia fala grego. Pelo menos nos seus inícios. O Evangelho de João é eloquente. Apresenta Jesus como «logos»: palavra, razão, sentido, amor.

Obrigado por tudo. Abraço amigo no Senhor.

De António a 19 de Fevereiro de 2011 às 13:48
Muito grato estimado Padre João António pelo seu precioso esclarecimento. Bem haja...


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