Sporting e Benfica não são apenas dois clubes. São também dois perfis, dois retratos, duas formas distintas de lidar com a adversidade.
A imagem do país espelha-se nestes dois emblemas.
Há uns anos, falava-se das dívidas destas duas entidades.
O modo de resolver o problema foi diferente.
O Benfica optou pelo crescimento desportivo. Gerou receitas. Porventura, as dívidas existem, mas as perspectivas são animadoras. O risco foi compensado.
Já o Sporting enveredou pela via do cuidado. Não entrou em grandes gastos. O prioritário era ir diminuindo o défice.
Não houve investimento na equipa de futebol. O orçamento foi sendo reduzido, mas as dívidas mantêm-se. O receio acaba por penalizar.
Os resultados não surgem. Os adeptos não aparecem. Os gastos, ainda que menores, continuam a alimentar o défice.
Portugal precisava de uma solução à Benfica, de apostar no crescimento e de não ficar apenas com medo do défice. É que, daqui a pouco, já não há como sobrecarregar mais os contribuintes.
Só o estímulo ao crescimento pode superar as dificuldades.
O perigo é grande. Mas a experiência é feita disso mesmo: de perigo e de perícia.
Já só falta a perícia.