A situação é complexa, mas os dados são claros.
Há razões para a preocupação, mas não há motivos para espanto.
Com os impostos a subir e os salários a descer, que seria de esperar?
Hoje, sabe-se que há pessoas a cortar nos medicamentos e outras compram-nos a prestações.
Isto fere. Isto dói. Até quando?
Temos de resolver o problema do Estado, certo. Mas se com a (putativa) resolução desse problema, acabamos por agravar os problemas das pessoas, é sinal de que não percebemos o essencial.
O Estado é para as pessoas ou as pessoas são para o Estado?
Muitos não sabem como superar o impasse. Mas os que pensam que sabem também não têm ajudado a vencê-lo.
Melhores dias virão, seguramente.
Mas a geração sem remuneração, de que fala a célebre música dos Deolinda, não é apenas a geração dos trinta anos. É a também a geração dos cinquenta, dos sessenta, dos setenta, dos oitenta e noventa anos.
São muitos os idosos, que tanto trabalharam, e que, agora, nem para medicamentos têm haveres.