Jesus não é a destruição do já realizado, mas também não é a mera continuidade do já feito.
Ele é a renovação perene e a novidade total.
O Sermão da Montanha apresenta-nos várias antíteses em que ressalta, com supina clareza, a superação da Lei. Mesmo da Lei que se presumia de inspiração divina como era o caso da Torah.
É por isso que a fidelidade a Jesus não é fossilizável. Em Jesus ninguém estagna.
A Sua presença acompanha-nos em cada momento.
A história, numa perspectiva jesuânica e numa ambiência crística, não é apenas uma ciência. É, acima de tudo, uma construção.
A preocupação do cristão não pode ser, pois, manter a ordem instituída. O imperativo do cristão tem de ser sempre transformar.
Há um certo conservadorismo que não se coaduna com o espírito de Jesus.
Se Jesus fosse um conservador, os fariseus deixavam-No seguramente tranquilo.
É por tudo isto que Jesus não é somente a resposta às nossas perguntas. Ele é, sobretudo, a pergunta que desinstala as nossas respostas.
Jesus não está no previsível. Ele pulveriza os nossos arquétipos.
Ele é o critério para nós. Nenhum de nós é critério para Ele.
As Igrejas procuram ser o eco de Jesus? Ou resignam-se a ser a ressonância da ordem vigente?