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Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2011

Está confirmado. Mubarak afastou-se. Não de motu proprio, mas pela persistência do povo. 

 

É grande o contentamento no Egipto. É enorme o alívio no mundo livre.

 

A celebração é (mais que) justificada. A festa é (mais que) merecida.

 

Mas este não é o fim. Talvez seja o fim do princípio.

 

Para já, o poder ainda está nas mãos do exército. O centro da decisão, porém, encontra-se no povo.

 

As imagens são parecidas com as que nós vivemos em Portugal a 25 de Abril de 1974.

 

Mas subsiste uma pequena diferença. Aqui, a revolução foi feita pelas forças armadas. O povo saiu quando a revolução estava praticamente concluída. No Egipto, foi o povo que fez a revolução, que cercou o regime, que não deu margem para alternativas quando se dispôs a tudo, até a morrer.

 

É uma lição para o mundo. Para já, não se viram bandeiras de Israel ou dos Estados Unidos queimadas.

 

Chegados ao fim do princípio, os egípcios e o mundo em geral estarão atentos aos próximos passos.

 

Há duas áreas que serão decisivas: uma interna e outra externa.

 

Internamente, espera-se que a situação avance para uma democracia. Externamente, aguarda-se que a relação com Israel se mantenha estável.

 

O que se passar no Médio Oriente é vital para a humanidade.

 

Está a fazer-se história no Egipto. Este é um incentivo para todos os que acreditam na liberdade e nos direitos humanos.

 

Como dizia Zubiri, a história é um sistema aberto de possibilidades. Umas vezes, funciona como obturação. Outras vezes, como é o caso, aparece como iluminação.

 

Não foi a violência que fez cair o regime. Foi a persistência.

 

Mubarak pensou, talvez, que a sua intervenção de ontem, onde reafirmara a vontade de não se recandidatar, iria dispersar a multidão concentrada na (já famosa) Praça Tahir. Equivocou-se. Nem o exército o terá apoiado. 

 

Finalmente, a força da razão impôs-se sobre a razão da força.

 

Hoje é um dia feliz.

publicado por Theosfera às 18:49

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