Espantamo-nos a jusante com aquilo que, de certa forma, fomentámos a montante.
A escolaridade nem sempre é aliada de um acréscimo de conhecimentos.
Estupefacto estava, ontem, o professor porque o aluno queria saber se Mona Lisa era a mulher de Picasso. Petrificado ficou quando uma colega, pressurosa, corrigiu o dislate assegurando que, nada disso, Mona Lisa era, sim, a esposa de Leonardo DiCaprio!
Podemos multiplicar casos que tipificam, cada vez mais, uma tendência: o estímulo, desde há muito, na aprendizagem orienta-se para a competência com as tecnologias. E, nesse capítulo, as novas gerações dão provas de suma mestria.
Não esqueçamos que estamos num tempo em que a tecnologia se sobrepõe à cultura como paradigma de saber e como trampolim para o sucesso.
Para aferir a cultura, o padrão é (era?) sobretudo o livro. Para avaliar a competência, o instrumento é, antes de mais, o computador e o que lhe está ligado.
O mais preocupante é a pulsão para o pensamento único. Só damos conta do que se ganha e não atendemos ao que se vai perdendo.