O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2011

Tudo o que tem princípio tem fim.

 

Até o que parece invencível acaba por ser vencido.

 

Acabam organizações, acabam clubes, acabam partidos, acabam regimes, acabam ideologias, até acabam países.

 

Portugal tinha uma monarquia que durava há séculos. Parecia consolidada. Nunca nenhum rei tinha sido assassinado. Isto descansava D. Carlos, que acabou por ser alvejado faz amanhã 103 anos.

 

Hoje, aliás, faz 120 anos que houve uma revolta no Porto, a primeira grande revolta republicana.

 

O povo ficou melhor com a república? Os dados são incontroversos. Não houve mais paz. Não houve sequer mais democracia. Nem sequer houve mais desenvolvimento.

 

A experiência ensina que é sempre mais um regime que cai do que outro que entra.

 

A monarquia estava em decadência em finais de novecentos. E a democracia não o estará hoje? 

 

Não é a inércia que nos há-de orientar. É a vontade e, acima de tudo, o sentido de justiça.

 

Seja como for, nenhum regime é eterno. E, apesar de eu mesmo me rever no significado último da democracia,  é preciso ter presente que nem a democracia perdurará por todo o sempre. Basta ler a volumosa obra de John Keane com o acutilante título Vida e morte da democracia.

 

S. Paulo chama a nossa atenção para a caducidade de tudo. Tudo acaba. Até a fé e a esperança. Depois de tudo vermos, já não precisamos da fé. Depois de tudo alcançarmos, já não carecemos da esperança.

 

O que nunca termina é o amor, a doação, a entrega.

 

Façamos da vida uma semente de amor. Se não houver amor, vale a pena viver?

publicado por Theosfera às 00:08

De Maria da Paz a 31 de Janeiro de 2011 às 07:35

«Há na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa, nem se deixa governar.» Júlio César

Cá estamos nós! No melhor dessa fatídica "herança genética" de quem fura, fura, fura, mas não suporta "cabresto" ( perdoem-me a metáfora popular, ao arrepio das normas de cortesia).
Passados cerca de 2 milénios (milénios), aí estamos nós como há dois mil anos: frescos, escarolados , mas sem Governo que nos governe, porque incapacitados para tudo o que seja "organização gregária" com sentido de vida e de um desígnio nacional! Ainda não saímos das grutas dos montes da Ibéria!
Isto ém pleno século XXI!!!
Maria da Paz

De Evágrio Pôntico a 2 de Fevereiro de 2011 às 01:42
Exma. Sra. D. Maria da Paz,
com todo o respeito, e salvo melhor opinião, creio que a frase não é da autoria de Júlio César, mas de um general (Sertório?) das legiões romanas que estavam sedeadas na Península. Terá sido em tom de constatação (e porventura de desabafo...) que transmitiu a ideia ao imperador romano...
De qualquer modo, e bem vistas as coisas, não interessa muito a fonte (é apenas um facto histórico...), mas a verdade que ela revela, e que, ao que parece, se mantém ainda hoje válida em relação aos descendentes desse mesmo povo...
Minha Senhora,desculpe a ousadia deste reparo, que não tem outra intenção senão corroborar o seu comentário, embora com uma ligeira pincelada de precisão (?) histórica...
Paz e Bem.

De Maria da Paz a 3 de Fevereiro de 2011 às 02:23
Ex.mo Senhor:
Muito bem-haja pela correcção!
Perdoe a demora no agradecimento: distracção minha.
Contudo, Júlio César, de acordo com o que tenho lido, além das campanhas da Gália, terá vindo mesmo até ao território onde, hoje, se situa Portugal. Isto não invalida, claro, que tenha sido uma outra pessoa a constatar a rebeldia dos nossos antepassados, que em nós reaparece, atavicamente, e que está na origem da célebre frase tão certeira. Se houver erro ou mesmo imprecisão no que digo, peço a V. Ex.ª o favor de voltar a corrigir-me. Muito bem-haja!
Os meus respeitosos cumprimentos.
Maria da Paz

De Evágrio Pôntico a 8 de Fevereiro de 2011 às 22:48
Exma. Sra. D. Maria da Paz,
agradecido pela forma como me distingue. Vê-se bem que a Senhora é pessoa culta e de carácter amável e humilde. E de princípios elevados.

De facto, tenho sempre lido que foi um general romano (afinal, parece que terá sido o general Galba, não Sertório) quem transmitiu as suas impressões sobre o carácter dos Lusitanos ao imperador romano.
Mas não é importante a fonte - sim, o que ela transmitiu, e, sendo assim, chega-se à conclusão de que é atávico o proceder deste Povo, que, nessa altura, enformava já uma mescla de tantos povos que passaram ou se fixaram na Península…

Aceite a minha fraternal saudação ao estilo de S.Francisco de Assis: PAZ E BEM.



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