Na sua intervenção televisiva de ontem à noite, António Barreto chamou a atenção para o que se está a passar nos cortes dos vencimentos dos trabalhadores.
Igualizar o que é diferente é não só pouco estimulante como profundamente injusto.
Os cortes não deviam ser a eito ou cegos, como ele disse.
Era fundamental que se segregasse o trigo do joio.
Serviços competentes serem tratados como serviços que não funcionam é desolador.
Compensar o funcionário empreendedor como o funcionário incumpridor é injustificável.
Quando não se distingue o mérito, está a promover-se a mediocridade. Assim não vamos lá.
A meritocracia está a ser subjugada pela medianocracia.
Esta manhã está a ser inundada com notícias acerca de salários volumosos de gestores públicos.
O presidente do Banco de Portugal, por exemplo, ganha muito mais que o seu homólogo dos Estados Unidos.
Ontem, foi alvitrado que ninguém pudesse ganhar mais que o presidente da república.
Parece-me razoável. Como é que alguém que não está no topo pode ganhar mais do quem no topo se encontra?
Não se trata de inveja ou de miserabilismo. Trata-se de justiça.
E, num momento de crise, os sacrifícios não podem ser apenas para os mesmos: os sacrificados de sempre!