Não há praticamente ninguém que não tenha ficado surpreendido com o discurso de Cavaco Silva no último Domingo.
Todos se sentem à vontade para o criticar. Mas será que alguém tem legitimidade para o censurar?
Não reproduziu Cavaco o que é prática corrente na nossa sociedade?
Não está a nossa vida (in)cívica afectada pelo azedume e pelo rancor?
Já o Mestre dos mestres nos avisara que é fácil olhar para o argueiro que está na vista dos outros, descurando a trave que se encontra na nossa.
Nem sempre gostamos de nos ver ao espelho. Porque ali esteve o nosso retrato, como o estivera, aliás, no decurso da campanha.
É certo que se trata do supremo magistrado da nação.
Mas também é verdade que, mesmo em cargos excepcionais, temos de nos habituar a ter homens comuns.
O tempo dos homens excepcionais parece ter passado.
É hora de voltar a página. Olhemos em frente. O trabalho é ingente. Todos são indispensáveis.
O futuro é obra de todos.