Os Estados Unidos são um país e um laboratório de experiências.
Os seus rituais impressionam o mundo. Entre o espanto e a estupefacção, a humanidade converte-se numa espectadora atenta.
Obama foi a um Congresso que passou a ser hostil. A maioria é republicana e não democrata.
As visões são diferentes e os campos parecem demarcados.
Mas os deputados estavam mesclados em sinal de solidariedade para com uma congressista ferida num recente (e injustificável) tiroteio.
Michelle Obama convidou os cidadãos comuns para estarem presentes.
E, depois, o discurso.
Sabe-se que Obama é um bom tribuno. Muito melhor tribuno que actuante (ou actante, como dizem alguns semiólogos).
Mostrou-se determinado em vencer as dificuldades.
Tentou infundir ânimo a uma nação preocupada.
Procurou mostrar que a China não porá em causa o estatuto dos Estados Unidos.
Estamos diante de um paradoxo.
No fundo, Obama acabou por reconhecer à China o papel de potência mais que emergente.
A China não sai da cabeça dos americanos.