As certezas desta noite não apagam uma incerteza que paira.
Se os que se abstiveram tivessem todos votado, os resultados seriam os mesmos?
Tirando isso, sobra uma atmosfera diferente de tempos idos.
Já não há expectativas na noite eleitoral.
Mal fecham as urnas, abre-se logo a janela dos resultados.
O frio é muito e o entusiasmo é nulo.
Já não há marchas nem caravanas.
Poucos celebram e quase ninguém festeja.
O povo decide. O povo está cansado. E muito torpedeado pelo desencanto.
Que o supremo magistrado, exornado por esta reeleição, tenha um discurso mobilizador que infunda um pouco de esperança.
Hoje, pareceu um pouco acossado e voltado para o passado. É claro que ser atacado custa e dói bastante.
Mas é o futuro que está em causa. E ao chefe de estado compete apontar rumos e pilotar energias. Que, apesar de tudo, ainda existem no nosso país.