Com todo o respeito, não me parece que a cultura actual possa ser qualificada de secularista. E, muito menos, que se possa dizer que ela «ataca e vai tentando reduzir o espaço humano para a fé, tornando-se quase uma religião alternativa».
O problema não vem tanto de fora, mas de dentro.
Não há dúvida de que há «cristãos que hoje, em tantos países do mundo, são perseguidos, por vezes até à morte».
Mas também há membros de outras religiões e pessoas sem religião que são perseguidas e mortas.
Como nos lembra Xavier Zubiri, a religião não nos fala apenas da divindade. Ela fala-nos também do homem a partir do seu relacionamento com a divindade.
A cultura ocidental terá muitas lacunas, mas nela persiste um apelo muito forte à vivência espiritual. É preciso estar atento aos sinais. E é fundamental acolher as pessoas que os vão emitindo.