Ninguém parece contente com a presente campanha eleitoral. Mas poucos aparentam perceber que ela não tem feito mais que amplificar o que se passa na sociedade.
Há nuvens de suspeita e tempestades de insinuação na política. Mas não está a nossa vida, toda ela, afogada em suspeitas e encharcada em insinuações?
A política assume-se, cada vez mais, como um retrato da sociedade.
É por isso que, antes de nos lançarmos numa crítica (pertinente, mas não muito legítima), seria bom que nos dedicássemos a um exercício de auto-análise.
Marx, Nietzsche e Freud, os mestres da suspeita, viveram há muito. Mas nos tempos que correm continuam a ter bastantes discípulos: nós!
A mudança é, pois, necessária. É importante preconizá-la para fora. É, porém, fundamental que comecemos por dentro.
Como recomendava Gandhi: «Sê tu mesmo a mudança que queres para o mundo».
Não percamos de vista que o problema maior não está no retrato. Estará, talvez, na coisa retratada. Que somos nós.