Os sábios costumam avisar antes da hora. O poder costuma reconhecer (e pedir perdão) depois do tempo.
A história está repleta deste desencontro estrutural.
Há obras e autores que são condenados quando quando surgem. Mais tarde, muitas vezes após a morte, é feito o reconhecimento de que tinham razão. Só que o pedido de perdão já não tem interlocutor.
Não seria possível encontrar um kairós pautado pela escuta e pelo acolhimento?
A época é o tempo qualificado, como dizia Zubiri. As propostas rejeitadas teriam feito a diferença na altura própria.
Cedo vem o alerta. Tarde chega a aceitação.
As memórias dos poderosos estão cheias de reconhecimentos de decisões erradas que, na altura própria, magoaram as pessoas e arruinaram percursos.
A sabedoria nem sempre está no poder. Se, ao menos, estivesse a humildade...