Das memórias de Winston Park vem-nos esta prece que, à primeira vista, pode saber a desespero mas que, no fundo, transpira uma ambiência olorosa de autenticidade:
«Senhor, Deus meu,
não sei por que me fizeste assim.
Sim, porque acredito que nada acontece sem Ti.
Para ser fiel à Tua inspiração, tornei-me um proscrito,
um incompreendido.
Dei-me e olha para mim.
Tu bem sabes como estou: só!
Estou só e sem saída.
Sei que me dizes para persistir.
Mas para quê?
Transformar o mundo não consigo.
Integrar o sistema que nele vigora não posso.
Para mudar o mundo, as forças são nulas.
Para integrar o sistema que nele vigora, a consciência não deixa.
Porque não me deste, Senhor, a arte do camaleão?
Porque é que me deste apenas uma cara?
Continuo à espera.
Diz-me que fazer.
Enquanto espero, sinto que não vivo.
Sobrevivo.
Em Ti, Senhor».