A vida, queiramo-lo ou não, é uma permanente interlocução com a morte.
Afinal, já sabemos o desfecho. A morte não convence, mas vence.
Além da imortalidade para quem parte, subsiste o rasto para quem fica.
Há quem se dê por inteiro e tenha de esperar pela morte para ter o reconhecimento devido.
Há quem experimente a mais cruel das solidões: a da ausência, a da ingratidão.
Ainda bem que Deus vê o que muitos teimam em não olhar.
O bem compensa por si mesmo. Mas aquela presença que não chega na hora própria abre uma ferida na alma que dificilmente cicatriza.
Porquê guardar para tarde o que deveria ser oferecido mais cedo?