Vejo a palavra. Vejo os presentes. Vejo as luzes. Vejo as correrias. Vejo a chuva. E vejo o frio. Só não vejo o Natal.
Às vezes, até sou tentado a esquecer que é Natal.
Falta justiça. Falta carácter. Falta autenticidade. Falta encanto.
Há muita hipocrisia. Há demasiada superficialidade. Há excessivos interesses. E há não pequenas instrumentalizações.
Não sei porquê. Há qualquer coisa que se vai apagando. E há muita coisa que vai doendo.
O Natal é, sem dúvida, contagiante. Mas a palavra Natal em certos lábios provoca um calafrio mais frio que o próprio frio. É que há vidas que não sabem a Natal. Há vidas que negam o Natal.
Falar sobre o Natal não custa. Viver o Natal é que é importante.
O Natal não se diz com os lábios. O Natal é um poema que se declama com a vida.
É nos pequenos, nas pessoas verdadeiras e nos corações puros que eu vejo brilhar a estrela de Natal.