Uma disputa se perfila, nesta época do ano, entre duas figuras: o Menino Jesus e o Pai Natal.
No imaginário dos mais pequenos, nos espaços comerciais e nos órgãos de comunicação, é indesmentível que o Pai Natal está a ganhar terreno.
É claro que se trata de uma figura simpática, acolhedora e que não traz mal nenhum. Pelo contrário, até oferece presentes.
Mas é aqui, porém, que entra em cena algum capital de problematicidade.
Desde logo, é preciso não perder de vista que o Natal, queiramo-lo ou não, assinala o nascimento (natal) de Jesus.
Em segundo lugar, verificamos que o paradigma de actuação do Pai Natal é o consumo.
As crianças encantam-se com ele porque é aquele que dá, é aquele que traz o que se pede, o que se exige.
Ora, o Menino Jesus era muito mais comedido. Os seus presentes eram bastante sóbrios. Mas, quase sempre, surpreendentes.
Por outro lado, é uma figura que aponta para valores totalmente distintos. O Menino, com a sua singeleza, incorpora uma cultura da sobriedade, da partilha, do encanto.
Nunca é demais insistir neste ponto. Se queremos inculcar valores, precisamos de apontar referências.
Haverá, independentemente da opção religiosa de cada um, maior referência ética que Jesus?
Não removamos o Pai Natal. Mas, acima de tudo, não eliminemos o Menino Jesus.