O senhor presidente da república confessou-se envergonhado pela fome que existe em Portugal.
Quem não se sente constrangido diante desta situação?
O problema é que uns têm mais responsabilidades que outros.
E a sociedade civil, como mostram todas estas campanhas, até corresponde, até se mobiliza.
O problema estriba, invariavelmente, na classe dirigente que vai degolando o que resta de esperança.
É, de facto, a classe que nos vem dirigindo desde há muito que vai asfixiando os cidadãos. Exige cada vez mais. Oferece cada vez menos.
E quando digo que oferece cada vez menos, não me reporto apenas a apoios. Refiro-me sobretudo às oportunidades.
Precisamos de pensar numa nova forma de fazer política. Só pode haver política com prioridades claras. E a grande prioridade tem de ser atender às grandes necessidades.
É que, mesmo em crise, há quem prospere. Só os pobres não descolam. Porque há quem não deixe. É injusto.
É nesta altura que a voz da Igreja tem de ser erguida. Na linha de Jesus e de João. Clamando por justiça e mostrando, sem rodeios, de que lado está.