O religioso não pertence às religiões; pertence à humanidade.
É como fenómeno humano (e não apenas religioso) que tem de ser tratado. Já é tempo.
Tudo o que seja para enquistar será também para empobrecer.
Daí que o religioso deva ser discutido não apenas nas igrejas e nos salões paroquiais.
O religioso é para ser debatido na praça pública.
Onde está o homem, aí está (também) a religião.
Inversamente, nada do que é humano pode ser visto como extra-religião.
Qualquer questão humana é, ipso facto, uma questão religiosa.
Na vida, não há compartimentos estanques.
Se alguma coisa a globalização nos tem ensinado é a interacção, a interdependência.
Tudo tem que ver com tudo.
Deus é (obviamente) uma questão teológica. Mas o homem não o é menos. Disse-o Hannah Arendt e a experiência confirma-o a cada instante.
A política, a cultura, a economia e o desporto não são, por isso, campos delimitados, magnitudes fechadas.
São áreas abertas. São questões (igualmente) teológicas.
Onde está o humano, aí tem de estar também o divino .
A única coisa que não se deve tolerar a uma religião é a indiferença e a desumanidade.