Hoje é o Dia dos Direitos do Homem.
Assinala-se o aniversário da declaração universal, ocorrida neste dia em 1948.
O Prémio Nobel da Paz vai ser atribuído, mas, porventura, nunca será recebido.
O dissidente chinês continua encarcerado.
A China criou um prémio alternativo confiando-o ao patrocínio de Confúcio.
E ainda houve países que se solidarizaram com a China, não estando presentes na cerimónia de Oslo.
Notamos, assim, que os direitos humanos ainda subsistem como uma miragem em muitas partes do mundo. Há quem seja reprimido pelo que diz, pelo que faz, pelo que pensa e até só por existir, por ser.
Para lá dos casos mais cruéis, há muitas outras situações preocupantes. Não há país ou instituição que tenha as mãos completamente limpas neste capítulo.
A cultura dos direitos humanos emerge, portanto, como uma prioridade. Ela só pode desenvolver-se a partir de uma correspondente cultura dos deveres.
Os direitos de todos têm de ser deveres para cada um.
Hoje, os direitos continuam ameaçados no exterior (pela respressão) e no interior (pelo egoísmo).
Penso em tanta gente espezinhada, explorada, ofendida, manietada. Penso também em tantas vozes que se deveriam erguer e permanecem caladas.
Creio, porém, que, como diz um Salmo de Advento, a paz e a justiça se hão-de abraçar. Tudo mudará.
Ainda viverei para ver? Se não vir aqui, hei-de ver de lá!