Embora não pareça, foi Bento XVI quem afirmou: «Em vinte séculos de proclamação da mensagem de Cristo, o mundo não está manifestamente melhor».
A questão é que devia estar. Acima de tudo, porque foi essa a vontade do próprio Jesus.
O problema não está, manifestamente, na mensagem. Já o Padre António Vieira tematizou sobre a ausência de efeitos da pregação. Igualmente, Gandhi distinguia entre o encanto que sentia por Cristo e o desencanto que lhe provocavam os cristãos.
E, na verdade, Cristo veio para transformar o mundo. A salvação é o zénite da transformação. Não há dúvida de que, como anota Clara Pinto Correia, «a Igreja, para ser levada a sério, tem de praticar o Evangelho».
Há muita gente na Igreja que o vive. Mas também há, dentro dela, muitos obstáculos e bastantes sombras.
Joseph Ratzinger bem dizia, já em 1973, que, por vezes, a Igreja, em lugar de ser anúncio, torna-se o impedimento do anúncio. Sem testemunho não se convence ninguém.