Se é verdade que Deus é a chave para a compreensão do homem, é igualmente certo que o homem é o caminho que nos permite chegar ao próprio Deus.
Desde logo, porque, segundo a narração bíblica, cada ser humano é imagem e semelhança de Deus.
Portanto, cada um de nós contém em si afinidades com a vida divina.
A dignidade da pessoa, a vivência da liberdade e a abertura fundamental para a comunidade são, no fundo, expressões desta imagem e semelhança que fazem do homem a criatura mais próxima de Deus.
Alguns Padres da Igreja, ao desenvolverem a teologia da imagem, referiam-se ao homem como micro-théos (pequeno deus).
Xavier Zubiri qualifica mesmo o homem como o modo finito de ser Deus.
Não se trata, evidentemente, de eliminar a diferença entre Deus e o homem.
Deus não é criatura e a criatura não é Deus.