O mundo parece cada vez mais uma aldeia. E, como é habitual nas aldeias, o que mais prospera é a intriga.
Outrora, um rumor tinha uma circulação limitada. Circunscrevia-se ao perímetro da aldeia.
Hoje, mantém-se no âmbito da aldeia. Só que esta aldeia é global.
Na maior parte dos casos, a intriga atém-se à vida das pessoas.
Acaba, entretanto, de assomar à ribalta uma panóplia de segredos diplomáticos que pode configurar uma crise planetária.
Invoca-se a transparência para nada se calar. Mas não configurará melhor a transparência respeitar a natureza das coisas?
O que é público deve ser tratado em público. O que é discreto deve ser tratado com discrição. Já o que é secreto deve ser tratado com sigilo.
Só que isso pressupõe um quadro de valores que estão cada vez mais em débito.
Nos tempos que correm, o que tende a prevalecer é o interesse.
E, aqui, junta-se o interesse de quem coligiu a informação à volúpia da imprensa e dos leitores.
A confiança regride. Mas o negócio prospera.
Em quem confiar, hoje?