O capítulo sexto de S. João é uma lição de pastoral e de vivência cristã que jamais deveríamos pôr de lado. Começa em clima de festa (fome saciada) e termina em ambiente de drama.
A reacção dos interlocutores de Jesus vai evoluindo (ou regredindo, pensando bem): inicialmente, existe aclamação; depois, assiste-se à discussão; de seguida, surge a contestação; finalmente, aparece a rejeição.
O mais curioso é que, diante da oposição, o mais natural é que Jesus recuasse para não perder adeptos. Mas não. Aos próprios discípulos mais chegados faz uma pergunta que soa a provocação: também vós quereis ir embora?
Ou seja, Jesus, que vinha para todos, não Se importa de ficar só. O que Ele não troca é o número pelas convicções.
Será que, vinte séculos depois, aprendemos a lição? A cabeça é que comanda o resto do corpo. Não é o resto do corpo que comanda a cabeça.
Em muitas circunstâncias, a reacção dos judeus teria levado Jesus a recuar, quiçá a mudar de opinião.
Mas Jesus veio oferecer-nos a verdade. Ele é a verdade. Acabou na Cruz, é certo. Mas voltou, revigorado, do sepulcro.
Nunca o esqueçamos.