O que as pessoas põem em causa quando nos abordam, na sua ardente simplicidade, não é a mensagem. É, quase sempre, a nossa conduta.
Dizia Walter Kasper que a grande novidade de Cristo estribava precisamente aqui: não tanto no conteúdo (a mensagem do Reino, apesar das acentuações próprias, não era nova), como na conduta.
A conduta de Jesus configura, de facto, algo de radicalmente novo, único. A Sua conduta assentava na convergência plena entre a palavra dos lábios e a palavra da vida, entre o que dizia e o que fazia.
Por causa dessa conduta, foi censurado, condenado e morto. Os Seus discípulos chegaram a ser acusados de loucura (segundo Paulo) e demência (segundo Justino).
Mas é precisamente nessa loucura e nessa demência que está o poder da salvação.
Estamos dispostos a esta douta loucura e a esta sábia demência?
Os verdadeiros discípulos de Cristo nunca chamaram louco a ninguém. Mas chegaram a ser acusados de loucura. Porque será?
Onde estará a loucura real: nos acusados ou nos acusadores?
Bendita loucura esta, onde se compendia a autêntica inteligência!
É a inteligência dos simples, dos pobres, dos humildes, dos mansos e dos pequenos.