A pressão domina, hoje, todos os sectores da vida. Nem a escola escapa. Pensa-se excessivamente nos resultados e pouco nas atitudes.
Há muita agitação no meio escolar. Curiosamente, já Simone Weil, que morreu em 1943, erigia a atenção como uma faculdade a que se devia dar...atenção. «A formação da faculdade da atenção é o verdadeiro fim e quase o único interesse dos estudos».
Acontece que é aqui onde se encontra, porventura, uma das maiores debilidades. O estudante actual revela uma apreciável agilidade, desempenha uma vasta panóplia de competências com desenvoltura, mas tem dificuldade em crescer na atenção.
O desenvolvimento espiritual, para Simone Weil, pode constituir uma ajuda preciosa pois «a oração é feita de atenção».
É a atenção que ajuda o estudante «a contemplar com atenção, durante muito tempo, cada exercício escolar falhado». A tentação «é escondê-lo imediatamente».
A humildade, «tesouro infinitamente mais precioso do que todo o progresso escolar, pode ser adquirida desta forma»: em lidar, longa e maduramente, com a falha, com o erro.
A atenção não consiste em concentrar o pensamento. Consiste, sim, «em suspender o pensamento, em deixá-lo disponível, vazio e permeável ao objecto, mantendo em nós mesmos, próximos do pensamento, os diversos conhecimentos adquiridos que somos forçados a utilizar».
O pensamento deve estar «vazio, à espera, sem nada procurar, mas pronto a receber, na sua verdade nua, o objecto que o vai penetrar».
No fundo, «os bens mais preciosos não devem ser procurados, mas esperados».