A actual conjuntura requer um cúmulo de várias atitudes que, pela amostra, não se vislumbram.
A primeira é a lucidez. A classe dirigente não é capaz de inverter a situação que o país vive.
E quando a alternativa se coloca (como é vulgar nas pugnas eleitorais) entre os dois principais partidos, o desconforto é grande e o entusiasmo é mínimo.
Daí a necessidade de uma segunda atitude: a humildade.
Não terá chegado a hora de se pedir a alguém que assuma, nesta hora crítica, o rumo do país, assegurando o apoio parlamentar indispensável?
Uma grande coligação não devia ser apenas (nem principalmente) para juntar membros de partidos, mas para envolver, o mais possível, a sociedade civil.
Tanto se fala na importância da cidadania, mas, na hora da verdade, os caminhos são-lhe tapados.
Daí que uma posição sensata como a de Luís Amado tenha sido, imediatamente, abafada. A vida não corre de feição para os moderados.
O PSD não está interessado porque não quer a companhia do PS.
O PS não se mostra receptivo porque não quer perder a liderança.
Enquanto a lógica for a dos interesses pessoais e partidários, o país continuará a marcar passo.