A política é filha da moral, dizia Kant.
Enquanto a política não for comandada pela moral, será descomandada pelos interesses.
Como a satisfação dos interesses é insaciável, a ansiedade apodera-se dos espíritos e mingua o bom senso.
Há quem defenda, a todo o custo, a convocação de novas eleições.
Ou seja, para muitos, a alternativa ao caos é o espectáculo.
Será que estão esgotadas todas as possibilidades no actual quadro parlamentar?
Há quem diga que um novo primeiro-ministro só tem legitimidade com eleições.
Isso não é bem assim.
As eleições são, formalmente, para a escolha não do prmeiro-ministro, mas dos deputados.
Se os deputados são eleitos por quatro anos, não poderão, ao longo deste tempo, perscrutar as melhores propostas para o país?
Creio que precisamos muito de maturidade na nossa vida cívica e na nossa vida política.
Seria ler bom não apenas relatórios nem panfletos. Era bom ler sobretudo Platão, Tomas Morus, Kant, Antero de Quental e António Sérgio entre outros.
Há muita técnica. Mas há muito pouca sabedoria.