Na hora que passa, faz falta intuição.
Numa linguagem pascaliana, diria que ainda estamos muito dominados pelo espírito de geometria. Precisamos do espírito de finesse.
Povos houve que, nas alturas mais críticas, souberam dar a volta de forma inopinada.
O Brasil é um caso típico, embora nem sempre exemplar.
Ainda agora, se disputam por lá lugares no novo governo. Ainda por cima, na praça pública, às claras.
O espectáculo não é edificante. Os partidos que apoiaram Dilma Rousseff estão a fazer pressão.
Mesmo assim, o país cresce embora a justiça esteja longe de estar consolidada.
Mas com Lula (sem qualquer curso superior) o país conseguiu um desígnio e, apesar das dificuldades, exibe um olhar feliz.
Richard Layard afirma que uma sociedade só cresce se tiver o sentimento de um desígnio comum. Não basta a realização individual para tornar as sociedades felizes. E nem sequer é necessária muita riqueza para aumentar a felicidade.
Para o economista inglês, há passos concretos que podem ser dados: flexibilizar horários, apoiar casais em crise, melhorar cuidados para com as crianças e redobrar a atenção diante das perturbações mentais.
O que não basta é o deslumbramento com o poder. O fundamental é que cada um pondere sobre o que pode fazer pelos outros.
A felicidade não pode ficar amarrada no eu.