De António a 1 de Novembro de 2010 às 19:41
A notícia foi tornada pública em 2009 mas só hoje dela tomei conhecimento. Um padre franciscano bem conhecido, em função de diversas e regulares aparições nos órgãos de comunicação social, declarou ao tribunal constitucional, dado o cargo exercido, o recebimento de um montante global de mais de 100.000 euros de pensões, o que perfaz,a 14 meses, a " módica" quantia de 7.450 euros mensais. O sacerdote a que me refiro, não só confirmou a veracidade da notícia, como acrescentou: " Eu tenho uma pensão aceitável mas não sou rico". Por estas e por outras é que as igrejas institucionalizadas se vão esboroando e os crentes, ou se transformam em ateus ou em " relativistas". Só que, neste caso, com muito menos dinheiro no bolso do que muitos que, com ar cândido e seráfico, todos falinhas mansas, e apelando para o voluntariado social de terceiros, se vão entretendo a acumular pensões,benesses sociais e protagonismos mediáticos. S. Francisco de Assis merecia outros seguidores. Cristo também ...
De Theosfera a 1 de Novembro de 2010 às 20:24
Confesso que não conheço o caso, mas é realmente perturbador. Por isso que é que Ratzinger disse, há muito, que, por estranho que pareça, a Igreja corre o risco de ser o maior obstáculo de Cristo.
Muito obrigado. Abraço amigo.
De António a 1 de Novembro de 2010 às 20:36
Estimado Padre João António:
Confirmei a veracidade da notícia, que resultou de um trabalho jornalístico de investigação de uma conceituada revista nacional. Não vou citar nem o nome do sacerdote visado nem referenciar o nome dessa revista,nem qual o tema da investigação. Bastam os elementos que aqui genericamente deixo. Cristo avisou-nos. Irrompeu pelo Templo, clamando indignado: " Não façam da Casa de Meu Pai um covil de ladrões !". Judas entregou-o por 30 dinheiros. Mas o estimado Padre João António sabe melhor do que eu que a leitura dos evangelhos também comporta mensagens simbólicas e premonitórias, para serem lidas e revisitadas perante os tempos actuais.Isto já bateu no fundo. Abraço amigo...
De Theosfera a 1 de Novembro de 2010 às 21:05
reconheço total pertinência no que diz, bom Amigo. Só resta um caminhlo à Igreja: a humildade da mudança.
Isto faz-me pensar muito. Muito obrigado por tudo. Abraço amigo.
De Maria da Paz a 1 de Novembro de 2010 às 22:45
Quero crer que o Sacerdote em causa não usa esse dinheiro em benefício próprio: estou convencida de que se desfaz dele a favor dos Pobres. (Pessoas singulares, instituições... ).
Estou convencida de que faz a sua vida modesta de membro da sua congregação que, por sinal, aprecia muito a Irmã Pobreza.
Creio na boa intenção e na atitude despojada deste Sacerdote.
E creio não estar a ser "ingénua"...
Maria da Paz
De António a 2 de Novembro de 2010 às 13:04
Estimada Maria da Paz
" Eu tenho uma pensão aceitável mas não sou rico", afirmou o referido sacerdote quando questionado sobre o valor das pensões auferidas.
Também não gosto de ser injusto para ninguém e igualmente não aprecio passar por ingénuo.
Porém, independentemente do que esse padre franciscano faça ao seu dinheiro, o que nao é eticamente admissível é que caracterize publicamente uma pensão de 7.450 mensais como " aceitável", por razões óbvias que me dispenso de invocar.
Mas, infelizmente, há mais, muito mais àcerca desta notícia.
Ela enquadra-se num trabalho de investigação mais amplo de uma conceituada revista nacional e que não abrange apenas esse sacerdote , com números exactos sobre o valor de remunerações e benesses auferidas por um conjunto variado de personalidades, referenciadas à mesma temática do referido padre franciscano.
E fico-me por aqui...
De Maria da Paz a 2 de Novembro de 2010 às 14:58
Ex.mo Senhor:
Eu não conheço todos os aspectos do problema. Provavelmente, tem V. Ex.ª razão.
Contudo, tendo esse Sacerdote exercido cargos de muita responsabilidade e abrangência, não vejo razão para não ser remunerado de acordo com tudo isso. Com franciscano, continuo a crer que partilhe o muito que recebe.
De facto, essa afirmação foi infeliz.
Conheço Sacerdotes que trabalharam fora do Sacerdócio, que hoje recebem uma pensão de reforma como qualquer outro funcionário, e que prescindem totalmente da côngrua a favor dos mais necessitados e das suas Paróquias. E sei que, mesmo da sua reforma, sai dinheiro com que ajudam pessoas com problemas financeiros. E não o sei por eles.
Poderemos questionar se o Padre pode ou não, se deve ou não, acumular o seu múnus de Sacerdote com uma profissão. Claro que todos preferimos que o Sacerdote se consagre apenas e só ao Sacerdócio. Contudo, aí a culpa é nossa: nós os paroquianos, não cumprimos com o nosso dever de sustentar o Pároco. Sei que há Sacerdotes com reais dificuldades de dinheiro. Para comer, para se vestir. Ora o Padre não é um puro espírito. É um Homem, com todas as necessidades inerentes.
No caso concreto de que falámos, claro que uma pensão de 7500 euros é uma fartura. Contudo, antes de condenar, espero bem que esse Senhor Padre se despoje a favor de quem mais necessita. Para que quer ele tanto dinheiro?
Contudo, confesso que não estou por dentro de todo o assunto.
Os meus cumprimentos.
Maria da Paz
De António a 2 de Novembro de 2010 às 18:22
Estimada Maria da Paz:
Muito obrigado por este fraternal diálogo. Intencionalmente não quis revelar tudo o que rigorosamente apurei a propósito do assunto do meu comentário inicial.Devo, contudo, genericamente adiantar que o que sei não é nada edificante. Muito poderia, portanto, acrescentar mas, às vezes, há razões para uma abordagem menos explícita, que, contudo, das entre-linhas se pode subentender. Creia-me, entretanto com a minha estima e os meus cordiais cumprimentos.
De Maria da Paz a 2 de Novembro de 2010 às 21:36
Ex.mo Senhor:
Fico, creia, muito triste com a realidade (segundo V. Ex.ª) que, de facto eu não conheço. Fico ferida na minha confiança nos membros do Clero que, genericamente, sei que são pessoas de confiança. Bem sabemos que nem todos são de confiança... Contudo, a nossa confiança renova-se (o que é bom) porque a generalidade desses Senhores são pessoas de bem e têm feito muito bem.
Com a verdade dos factos na mão... impõe-se a a denúncia das irregularidades.
Os meus cumprimentos.
Maria Irene