Falta perceber, na hora presente, que a parte só faz sentido no todo.
Daí que conceber a política económica de um país como uma questão de números seja sumamente redutor.
É preciso, acima de tudo, saber integrar: outras dimensões, outras perspectivas, outras pessoas.
Em toda esta discussão. nota-se como se está apegado como lapa às posições de cada um. Há uma falta de abertura que redunda em quebra de horizontes.
Foi a pensar neste cenário labiríntico que me voltei para a sabedoria budista e para as suas propostas diante do caos.
Apresenta três métodos para lidar com ele: acabar com a luta, usar o veneno como remédio e ver tudo o que surge como iluminação.
De facto, na hora que passa, do que mais precisamos é de calma e bom senso, os dois grandes parturientes da tão necessária lucidez.
Não se trata de ver quem grita mais alto, mas de concertar vozes e unir esforços. Será impossível?
Quanto ao veneno como remédio, o que se prentende é que se lide com a adversidade como oportunidade. Era melhor que não houvesse crise. Mas, já que ela existe, tentemos encará-la de frente. E procuremos superá-la. Não agravá-la.
O terceiro método ensina a olhar para tudo como uma manifestação de energia desperta. Não entremos em pânico nas horas difíceis. Há-de brilhar uma luz na escuridão.
Não entremos em dualismos nem segmentemos as situações entre o suposto lado bom e o putativo lado mau. Todas os pontos de vista são legítimos. Todos os contributos são necessários. A luz há-de ressurgir.
Os partidos não são trincheiras. Em toda a parte pode ser divisado um complemento ao que nos falta. O todo não está numa única parte.