Assumo que não esperava nenhuma novidade no discurso de anúncio de recandidatura do Prof. Cavaco Silva à presidência da república.
Viu-se o esforço em demarcar-se de qualquer quadrante político-partidário. E chegou mesmo a dizer que o seu partido é Portugal.
Tentou colocar-se acima das discussões. Ensaiou um discurso de Estado, mais próprio de um presidente já reeleito do que de um recandidato.
Reclamou uma grande parte da responsabilidade pela situação do país não se ter degradado ainda mais. «Em que situação estaria o país se eu não fosse presidente da república?» Mas será que ainda poderíamos estar pior?
Disse que tentará ajudar a melhorar a vida dos mais desfavorecidos. O problema é que não se sabe muito bem com que meios.
Assume que fugirá a uma demasiada exposição mediática.
As maiores novidades têm que ver com a sobriedade da campanha.
Anuncia que os gastos totais serão metade do permitido.
E a melhor notícia é mesmo que não haverá cartazes na rua.
Refira-se que, até agora, são já seis os candidatos que se perfilam à suprema chefia do Estado: o Prof. Cavaco Silva, o Dr. Manuel Alegre, o Dr. Fernando Nobre, o Dr. Defensor Moura, o Eng. Francisco Lopes e o Prof. Luís Botelho Ribeiro (este, estranhamente, quase ignorado pela imprensa).