Não sei o que se passa. Só sei que me dói o que vejo.
Às vezes, tento resistir. Mas acabo sempre por desistir.
A televisão, nos seus diversos canais, tem-se desmultiplicado em entrevistas e debates com dirigentes políticos. Alguns deles têm pouca idade.
A expectativa é grande. Mas, volvidos os primeiros minutos, a desolação é maior.
Não se descortina uma linha de pensamento. O uso da língua é pobre.
Divisa-se um deslumbramento com a própria imagem. Os gestos são enfatuados.
Repete-se uma cartilha gasta. Eleva-se o tom de voz.
Não há uma estrutura. Há frases feitas.
Tudo é vulgar.
Parece que há um guião que alguém fez e todos se preocupam com a sua execução.
Invariavelmente, o botão desliga-se.
E o íntimo do cidadão fica desalentado com o que vê.
Não haverá melhor para mostrar?