Durante muito tempo, uma vitória valia dois pontos e um empate um ponto.
Ou seja, o empate era quase uma vitória.
Para equipas menos apetrechadas, a tentação era fechar bem a baliza.
Jogar para não perder compensava. Lembro-me de um célebre Alemanha-Áustria no Mundial de 1978, em que um empate bastava às duas selecções. Pois não hesitaram em passar os 90 minutos a jogar para o lado e para trás!
Decidiu-se, por isso, estabelecer três pontos para a vitória e continuar a atribuir apenas um para o empate.
Acontece que a mudança de atitude não é muito palpável. Ainda há quem jogue para o ponto. E, às vezes, um ponto basta para almejar os objectivos. A recompensa é menor, mas ainda vai compensando.
Porque não pensar na medida que falta, isto é, atribuir zero pontos por empate?
Deste modo, colocava-se o futebol na sua autenticidade, estimulando cada equipa a procurar da baliza contrária.
É claro que os clubes mais ricos teriam mais hipóteses de ganhar. Mas isso também já acontece agora.
Estou convencido de que as surpresas iriam continuar a acontecer.
O futebol tornar-se-ia mais belo se só a vitória compensasse.
A ousadia triunfaria sobre o medo e o calculismo!