Há na sociedade um problema político e um problema cívico. Ainda por cima interligados.
Sarkozy começou a recuperar a popularidade perdida. À custa de quê? Da expulsão de seres humanos do seu país.
No passado domingo, a ultracivilizada Suécia, conhecida pela sua proverbial moderação, elegeu um núcleo de deputados com tendência xenófoba e propensão racista.
Não deixa, aliás, de ser perturbador notar como países avançados (Áustria, Dinamarca, Alemanha, França e Reino Unido) estão a ficar povoados com ideologias(?) extremistas.
Dir-se-á que são as regras da democracia. As pessoas votam em quem entendem.
Trata-se, porém, de um sinal preocupante. As pessoas estão desencantadas. Não se revêem no que lhes mostram. E propendem para os extremos.
Que lugar existe para o diferente nas nossas instituições, nos nossos povos? Será que a rejeição irá substituir a integração? Que estamos a fazer da (aparentemente tão amada) tolerância?
Mas há sinais de mobilização em sinal contrário. Na mesma Suécia, houve uma manifestação de seis mil pessoas contra o racismo, dinamizada por uma jovem de 17 anos.
Urge acordar da sonolência cívica. Os cidadãos têm de intervir mais na política.