O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 13 de Agosto de 2010

O caso foi reportado pelo próprio a Luís Osório que, hoje, o reporta na revista do Sol.

 

Um padre terá escrito a Álvaro Cunhal: «O senhor já tem muita idade, está muito velho e, dentro de pouco tempo, comparecerá diante de Deus, que o julgará. E, se não começar a arrepender-se, será condenado às penas eternas».

 

A exortação ao arrependimento é pertinente. Para todos. Mas quem não precisa de conversão?

 

Alguém pode colocar-se no lugar de Deus?

 

O juízo é de Deus, diz a Bíblia.

 

E, assegura S. Paulo, Deus quer que todos os homens se salvem. Todos os homens.

 

Os desígnios de Deus são insondáveis e, na eternidade, há muitas moradas.

 

Porquê este afã em apontar condenados?

 

Somos portadores da salvação ou da condenação?

 

Não me revejo no ideário do Dr. Álvaro Cunhal, mas quem sou eu para o julgar?

 

Acredito na bondade e na largueza dos horizontes de Deus.

publicado por Theosfera às 23:52

De Mª Amélia a 14 de Agosto de 2010 às 13:06
Rvmo Sr. Padre João António!
Lendo este texto fiquei confusa?! Vou explicar: Vejo dois Sacerdotes, neste trecho, um que fala em “penas eternas”, outro (me pareceu) dizer que isso não existe, embora não tenha sido muito claro…
Concordo que não devemos nem podemos condenar ninguém, até para não sermos condenados. O próprio Jesus, na parábola do trio e do joio diz para não se arrancar nada até à colheita. Entendo que só Ele poderá separar um do outro! Só Ele pode julgar. Até aí tudo certo.
Eu tb acredito na imensa Bondade e na largueza dos horizontes de Deus!
Agora o que eu queria saber mesmo era se, de facto existe inferno ou não?! Embora o inferno não seja um lugar, isso eu sei… Mas existe a possibilidade de condenação eterna?
Vou pegar, de novo num grupo de Catequese, no próximo ano. Caso alguma criança ou até os pais me interpelem, sobre o assunto, o que respondo?
Claro que tenho de dizer que Jesus quer que todos se salvem. Contudo, um catequista não “acha”…um catequista “sabe”. Então eu tenho que saber…para isso, ando a estudar os dois catecismos, o novo e o anterior, porque, assim me aconselharam!
Há dogmas que, forçosamente precisam de ser ensinados, às crianças! Eu necessito de ter respostas…ou, então não vou lá fazer nada!
Rvmo Padre, ajude-me, por favor, porque agora fiquei na dúvida!
A sua bênçao!
Mª Amélia

De António a 14 de Agosto de 2010 às 14:24
Estimada Maria Amélia:

Com a minha sincera estima, porque não faz essa pergunta a Deus que habita no seu coração ?

Cristo falou do inferno em termos meramente metafóricos, como quase sempre discursou por parábolas. A palavra que usou foi " Geena". Ora " Geena" provém de Geh Hinnóm que significa literalmente "Vale de Hinom", e que veio a tornar-se um depósito fora de Jerusalém onde o lixo era incinerado. Agora o vale é conhecido como Uádi er-Rababi.Geena refere-se ao vale de Hinom, fora das muralhas de Jerusalém. Este vale era usado como depósito de lixo, onde se lançavam os cadáveres de pessoas que eram consideradas indignas, restos de animais, e toda outra espécie de imundície. Usava-se enxofre para manter o fogo acesso e queimar o lixo.

Quem desejar interpretar as alegorias, as parábolas e as frases simbólicas de Cristo de forma literal que o faça, mas não presta um bom contributo à sã cultura cristã nem à superior causa da Humanidade.

Por causa dessas interpretações literalistas é que foram cometidos muitos horrores em nome de Deus.

A maldade e a ignorância humanas ajudaram ao resto...

Abraço amigo.

P.S. Se disser aos seus alunos que um Deus bondoso permitiria que os Seus próprios filhos ficassem a arder eternamente num inferno, se lhes falar na hipótese absurda do Limbo Infantil, se forem crianças não atormentadas pela loucura dos adultos, não vão acreditar. Eu sei. Já fui criança...

De Mª Amélia a 15 de Agosto de 2010 às 14:13
Meu querido irmão António!
Não querendo deixá-lo sem uma resposta vou tentar explicar-lhe a minha posição de cristã católica:

Que Deus me defenda de, algum dia duvidar de um só dogma da Igreja Católica!

Seria a minha “perdição” porque jamais eu acreditaria em mais nada! Se, por mera hipótese isso acontecesse, nunca ingressaria em qualquer seita ou religião! Que Deus me livre e guarde de todas as dúvidas e me conserve e aumente a minha Fé!

Eu não sou de “meias tintas”, meu irmão! Que o nosso “sim” seja sim e que, o nosso “não” seja efectivamente não!

Mesmo correndo o risco de me chamarem fanática prefiro adoptar uma posição de coerência e defender a Fé que professo, muito embora respeitando a Fé dos outros e abstendo-me de julgar quem quer que seja!

Ensino o pouco que sei a quem me quiser escutar. Não confio nas minhas próprias capacidades mas na Sabedoria do Espírito Santo. Para isso tento ser o mais humilde possível! E a minha humildade consiste em, partir do princípio de que nada sou e nada posso sem Deus!

Para isso, diariamente rezo e medito, assisto com frequência aos Sacramentos e às pregações dos Sacerdotes, Ministros de Cristo, com toda a atenção de que sou capaz.

Deus deixou “alguém” encarregado de defender o depósito da Fé, isto é, a Sua Igreja instituída por Jesus Cristo que se vai purificando, através dos tempos, porque sendo divina é tb humana! Por isso rezo sempre por toda a Igreja que somos todos nós, na qual incluo o António e todos os povos, quer acreditem quer não acreditem...

Deus quer, de facto que todos se salvem e que cheguem ao conhecimento da Verdade!

É nisto que, sinceramente acredito meu querido irmão.

Que Deus nos ilumine, a todos com o Seu Espírito Santo!
Aceite um abraço com toda a minha sinceridade e união em Jesus Cristo e na Sua Santíssima Mãe!

Mª Amélia

PS - Peço a todos que ofereçam uma oração pela minha querida mãe que faleceu, na semana passada! Que Deus a tenha em Sua Glória!

De António a 15 de Agosto de 2010 às 15:26
Estimada Maria Amélia

Lamento profundamente a dor que sente pelo falecimento de sua querida mãe.

Depois respeito inteiramente o seu catolicismo.

Mas foi também por não ser de " meias tintas" que nunca julguei possível conciliar o Deus do Levítico e do Deuterónimo com o Deus do NT.

Se alguém me explicar, sem sofismas, como é possível conciliar o apedrejamento das mulheres adúlteras pela suposta lei divina do Levítico com o episódio da intervenção salvífica de Cristo no episódio da mulher que ia ser lapidada, fico muito grato.

E também fico agradecido que me informem que moralidade têm aqueles católicos que defendem a integralidade da Bíblia, incluindo o Deuterónimo e o Levítico,de criticarem o apedrejamento das mulheres adúlteras até à morte, efectuado por alguns fanáticos em nome do Alcorão...


De Theosfera a 14 de Agosto de 2010 às 15:54
Ex.ma Senhora:
Longe de mim pôr em causa algum elemento da doutrina católica. O Evangelho é que diz: «Não julgueis e não sereis julgados».
Devemos rezar por todos, mas não podemos presumir que alguém está condenado. Deus, diz S. Paulo, quer que todos os homens se salvem. Só quem não quiser é que não se salva.
Creio nos novíssimos por inteiro, mas na orientação fundamental de todo o o ser humano para a salvação.
Obrigado pela visita.

De Mª Amélia a 14 de Agosto de 2010 às 16:29
Muito Obrigada, Rvmo Sr. Padre João António!
Fiquei esclarecida!
Peço que, por favor interprete a minha pergunta como uma dúvida mesmo!
Reze por mim!
Reitero os meu agradecimentos!
Mª Amélia!

De António a 14 de Agosto de 2010 às 14:08
Revejo-me no ideário do comunismo primitivo dos essénios que não possuíam propriedade privada e no postulado " de cada um segundo as suas possibilidades, a cada um conforme as suas necessidades".Cristo certamente que subscreveria este princípio.Infelizmente, a práxis marxista-leninista descambou nos inúmeros atentados aos direitos humanos que a Historia regista.Sua filha Ana, entrevistada na edição de Junho da revista Sábado, fala do pai como " maravilhoso.Um ser humano fantástico. Foi e continua a ser uma verdadeira fonte de inspiração". Ana não é nem nunca foi comunista e, apesar de ter tido uma fugaz permanência na UEC, referiu que saiu mal se apercebeu que não havia diferenças entre o fanatismo de direita e o de esquerda. Carlos Brito acaba de editar um livro sobre Cunhal. E, apesar da ruptura ideológica que, entre ambos ocorreu, continua a falar dele com amistosa saudade.Quando esteve preso, Cunhal pediu a Bíblia para ler, o que lhe foi negado. E nunca o vi afirmar-se publicamente crente ou ateu. Mas nunca li dele, bem pelo contrário, nenhuma palavra mesmo primorosa contra Cristo ou contra os genuínos ideais cristãos. Viveu e morreu modestamente. Sem bens materiais acumulados e sem nunca meter a sua visão socialista na gaveta. Vai ficar na História como uma grande figura de referência entre os políticos que se batem consequentemente por ideais e não por honrarias ou por acumulação de cargos altamente remuneráveis.Sobre o padre que lhe terá dito que, se não se arrependesse, seria "condenado às penas eternas", com essa frase produziu muitos mais ateus do que possa imaginar...

De António a 14 de Agosto de 2010 às 22:07
"E nunca o vi afirmar-se publicamente crente ou ateu. Mas nunca li dele, bem pelo contrário, nenhuma palavra mesmo primorosa contra Cristo ou contra os genuínos ideais cristãos. "

Rectifico a frase que, certamente por mero lapso de escrita, apareceu contrária ao que pretendi dizer e que foi:

"E nunca o vi afirmar-se publicamente crente ou ateu. Mas nunca li dele, bem pelo contrário, nenhuma palavra menos primorosa contra Cristo ou contra os genuínos ideais cristãos.



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