Ao longo do tempo, vamos encontrando os lesemeister e os lebemeister. Os primeiros são os que ensinam com os livros, os segundos são os que ensinam com a vida.
Vendo bem, os melhores lesemeister são sempre os lebemeister. A vida tem de estar reflectida, espelhada nos livros. A vida é o melhor livro, aliás.
No plano teológico, isto adquire uma acuidade insuperável. Para saber é necessário saborear. Só pode falar de Deus quem se habitua a experimentar Deus. Por isso, o místico será o melhor teólogo. Henri de Lubac assim o percebeu e verteu: «Sem mística, o especialista do mistério será teórico de Deus, mas não verdadeiro teólogo».
Aliás, até noutros planos ocorre algo similar. Para Johannnes Baptist Metz, «a perfeita filosofia é a que relaciona a especulação com o afecto, a doxografia e a doxologia com a biografia, a dogmática com a mística».