A superfície dá um tipo de resposta. A profundidade oferece outro.
Quem é mais ateu? O descrente que se assume? Ou o crente que se presume?
Não será que o ateísmo dos ateus, no fundo, é mais uma denúncia de muitos crentes em Deus do que uma negação do Deus dos crentes?
Quando se contesta a presença pública da fé será que há um incómodo perante Deus ou um desencanto diante do contra-testemunho dos crentes?
E, desse modo, não poderá ser o ateísmo uma busca de autenticidade? Não poderão estar, portanto, muitos ateus mais próximos de Deus?
Não serão as suas perguntas mais consistentes que as nossas respostas?
Quantos serão os crentes que se alojam no coração de quem se diz ateu?
E quantos serão os ateus que se escondem no íntimo de quem se diz crente?
Admiro os primeiros. Temo os segundos.