Nas minha aulas de Filosofia, havia um professor, ainda jovem, que um dia se pôs a qualificar a inteligência de cada um dos seus alunos. Claro que a vez também chegou àqueles que ele julgava que eram medíocres. Mas, cá para mim, que também tenho o direito de livremente opinar, acho que, naquela sala de aula, o maior medíocre era ele. Também me recordo de um menino, aluno muito mediano, a quem o seu professor, certamente por o considerar medíocre, um dia profetizou: " Einstein, tu nunca hás-de ser ninguém na vida..."

Aí está o máximo da mediocridade: considerar os outros medícores.
Do mesmo modo, o máximo da sabedoria consiste em reconhecer (e em celebrar) a sabedoria dos outros.

Sem dúvida estimado Padre João António: cada alma traz a Luz de Deus e Deus a todos nos conhece. Só Deus é capaz de amar por igual e infinitamente o mais perverso e o mais santo dos Seus filhos.Nós todos ainda estamos presos a categorizações de atitudes. A noção de Bem e de Mal é intrínseca ao ser humano, conquanto tantas vezes nos afastemos do Bem em favor do Mal.Nenhum de nós, a meu ver,se pode arvorar o detentor absoluto da Verdade, quanto às categorizações que todos vamos fazendo.E nenhum de nós também se pode afastar do que, em sua íntima convicção, entende honestamente estar mais próximo ou afastado de uma correcta axiologia de valores. Em todo o caso, a verdade factual dos acontecimentos não deixa nunca de ser verdade. O modo como os avaliamos na nossa individual pessoalidade é que difere de indivíduo para indivíduo. Mas não será isso que também determina que sejamos individuais e especiais aos olhos de Deus ?...

«Reconhecer e celebrar a sabedoria dos outros.»
Lição maravilhosa, sobretudo vinda de quem vem! O máximo de dignidade, de humanidade, de amor e de humildade!
Muito bem-haja, Rev.mo Senhor Doutor: pelo ensinamento, pelo exemplo.
Afectuosamente,
Maria da Paz